Empresários analisando gráficos fiscais sobre reforma tributária em escritório moderno

A aprovação da reforma tributária trouxe novas perspectivas para o ambiente fiscal brasileiro. Para empresas do Simples Nacional, grupo que representa parte significativa do empreendedorismo nacional, as mudanças são especialmente sensíveis. Com nossa experiência em contabilidade, auditoria e consultoria, na Gerencial, observamos que dúvidas e apreensões cresceram nos últimos meses. Mas, afinal, o que de fato muda, quais riscos e oportunidades surgem e como agir para se adaptar?

Por que a reforma tributária mexe tanto com o Simples Nacional?

O Simples Nacional nasceu para simplificar a obrigação tributária das micro e pequenas empresas brasileiras, reunindo impostos federais, estaduais e municipais em uma só guia. Ao longo dos anos, consolidou-se como uma solução para quem busca praticidade, redução de custos e segurança fiscal. Porém, com a chegada do novo modelo da reforma, principalmente a unificação de tributos pelo IVA dual (CBS e IBS), esse cenário ganha novas camadas.

Com a reforma, surge um sistema híbrido, onde as empresas do Simples continuam existindo, mas precisarão lidar com obrigações diferentes ao negociar com clientes e fornecedores em outros regimes. O contexto exige atenção completa de empresários, contadores e consultores.

Os principais pontos da reforma: Da tributação cumulativa ao IVA dual

Dentre os aspectos centrais da mudança estão:

  • O fim de tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS, substituídos pelo CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), compondo o IVA dual.
  • Nova lógica de créditos fiscais, com a possibilidade de aproveitamento de créditos na cadeia produtiva de forma muito mais ampla.
  • Manutenção do Simples Nacional, porém exigindo detalhamento das operações tributáveis pelo CBS e IBS em alguns casos.
  • Fim da substituição tributária para empresas do Simples em relação aos tributos unificados no IVA, facilitando o fluxo de caixa.
O IVA dual vai além da simplificação: ele muda a lógica das operações entre empresas.

Novo modelo de créditos: o que muda na prática?

Antes, o Simples Nacional tinha um regime cumulativo, ou seja, sem direito à apropriação de créditos ao longo da cadeia produtiva. Agora, com o novo modelo híbrido, as empresas do Simples:

  • Poderão gerar créditos de IBS e CBS para seus clientes B2B, tornando-se mais competitivas frente a empresas do Lucro Real ou Presumido.
  • Em contrapartida, devem informar separadamente a receita gerada em cada operação que permita ou não esse crédito.

Isso mudará o jogo para quem vende principalmente para outras empresas, pois o benefício tributário, que antes só era percebido na carga fiscal final, pode começar a ser absorvido em toda a cadeia.

Ambiente de escritório moderno com contador utilizando software contábil em nuvem Cenários e impacto nos diferentes perfis de empresas do Simples

Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revela que mais de 70% das empresas do Simples atuam como fornecedoras de outras empresas (modelo B2B). Esse grupo será o mais exposto a decisões estratégicas, já que poderá perder competitividade caso não se prepare para as novas exigências do regime misto da reforma. Empresas fortemente B2C (venda ao consumidor final) terão impacto menor, mas ainda precisam se atualizar para evitar autuações e prejuízos no fluxo de caixa.

Oportunidades para empresas B2B

Empresas B2B tendem a ganhar atratividade se organizarem corretamente suas operações. Eis alguns exemplos de oportunidades:

  • Clientes fora do Simples Nacional passarão a valorizar fornecedores que possibilitem o aproveitamento de créditos de IBS/CBS, o que pode aumentar negócios para quem se adapta rápido.
  • Possibilidade de migrar para regimes como Lucro Presumido ou Lucro Real pode ser interessante para empresas que ultrapassam certos patamares de faturamento, mudando o planejamento anual.
  • Redução de custos com o fim da substituição tributária e da cumulatividade pode fortalecer setores industriais e de serviços especializados.
Adaptar-se rápido garante mais espaço de mercado.

Riscos e desafios do modelo híbrido

Por outro lado, também há pontos de atenção:

  • Necessidade de controles detalhados para separar vendas que geram crédito e as que não geram, o que pode exigir ajustes em softwares de gestão.
  • Treinamento da equipe e atualização constante de processos para evitar erros nas obrigações acessórias.
  • Perda gradual de atratividade do Simples para segmentos específicos, como tecnologia, prestação de serviços e comércio atacadista.

Na Gerencial, já testamos em clientes pilotos algumas dessas adequações e percebemos que, quanto antes começar essa preparação, menor a chance de riscos ou autuações futuras.

Como a reforma tributária altera a competitividade das empresas do Simples?

O novo modelo tributário é voltado para a neutralidade e transparência, o que traz vantagens claras para quem está em conformidade fiscal. No entanto, a necessidade de informar valores de IBS e CBS nas notas fiscais e de permitir créditos para clientes exige controles mais robustos. Empresas que não efetuarem essa separação poderão perder contratos importantes com clientes que utilizam creditamento para reduzir seu custo fiscal.

Além disso, segundo o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, o novo modelo tende a melhorar o fluxo de caixa, já que deixa de existir a substituição tributária em muitos casos, acelerando o recebimento de créditos na cadeia e reduzindo custos indiretos.

Contador revendo documentos fiscais e planilhas de planejamento tributário em mesa de reunião Setores mais afetados pela mudança

Em nossos estudos, notamos que os pontos de atenção são maiores para:

  • Indústrias e comércio atacadista, que concentram vendas para outras empresas e sentirão mudanças nos fluxos de créditos e débitos fiscais;
  • Prestadores de serviços especializados, cujos clientes exigem apropriação de créditos;
  • Empresas de tecnologia e consultorias, com faturamento crescente e vendas para fora do Simples.

O que fazer: recomendações práticas para empresas do Simples

É hora de agir. Para atravessar a transição com tranquilidade, recomendamos:

  • Revisão do planejamento tributário: Avaliar qual regime se torna mais benéfico com o IVA dual, considerando oportunidades de crédito.
  • Atualização de sistemas e controles: Adaptar sistemas fiscais para detalhar separadamente IBS e CBS nas notas fiscais, além de emitir relatórios específicos para acompanhamento contábil.
  • Treinamento da equipe: Garantir que colaboradores entendam as novas regras e saibam como identificar operações sujeitas aos regimes mistos.
  • Análise de contratos: Rever contratos com clientes e fornecedores, ajustando cláusulas que tratam de preços líquidos de impostos e obrigações de informação.
  • Monitorar legislações complementares: Acompanhar de perto a regulamentação dos detalhes práticos, que podem ser ajustados pelas leis posteriores.

Na Gerencial, entendemos que pensar com antecedência faz toda diferença nessas horas, por isso apoiamos nossos clientes na tomada de decisão e implementação das mudanças em tempo real. Para quem deseja dar um próximo passo consistente, vale buscar também nosso setor de consultoria especializada.

O papel da tecnologia na adaptação ao novo cenário

No contexto da reforma, a tecnologia deixa de ser acessório e passa a ser peça central na saúde fiscal da empresa. Com sistemas de gestão integrados à nuvem, como os aplicados por nós na Gerencial, é possível:

  • Emitir documentos fiscais adequados ao novo modelo;
  • Gerar relatórios de acompanhamento de créditos e apurações de IBS/CBS;
  • Reduzir erros humanos na entrada manual de dados;
  • Monitorar indicadores financeiros para decisões gerenciais rápidas.

A adaptação eficiente depende de sistemas capazes de dialogar com o novo modelo fiscal. Por isso, vale rever a estrutura tecnológica atual e buscar atualizações antes da virada obrigatória para as novas regras.

Importância do acompanhamento profissional e atualização constante

As mudanças tributárias têm reflexo direto no caixa e na vida das empresas. Com isso, cresce a responsabilidade do empresário em buscar apoio profissional para tomar decisões seguras e evitar prejuízos. Planejar, rever rotinas e se atualizar constantemente virou obrigação, e não mais opção.

Conte com parceiros como a Gerencial, que há mais de 35 anos atua no mercado com soluções personalizadas para a área contábil, financeira e de RH. Mantemos nossas equipes em constante capacitação para garantir que nossos clientes estejam sempre à frente. E para quem quer entender mais sobre conceitos contábeis e impactos fiscais, indicamos nossa categoria de artigos sobre contabilidade.

Conclusão: o novo normal para empresas do Simples Nacional

A reforma tributária e seus reflexos para as empresas do Simples Nacional são inegáveis. O modelo híbrido representa oportunidades e riscos. Serão favorecidas aquelas organizações preparadas para fornecer informações claras, emitir corretamente os relatórios exigidos e avaliar se o Simples ainda é a melhor escolha ou se vale considerar outro regime. Mudanças em contratos, atualização tecnológica e aproximação de profissionais atualizados serão diferenciais decisivos.

Na Gerencial estamos preparados para guiar nossos clientes no novo contexto fiscal. Use a oportunidade para fortalecer a base da sua empresa e garantir crescimento sustentável, alinhado à legislação vigente. Para se aprofundar ainda mais nas novidades do universo contábil e os impactos da reforma, recomendamos consultar nossos materiais, como artigos especiais sobre planejamento tributário e estudos práticos de adaptação fiscal. Deseja buscar um tema específico? Nossa busca inteligente facilita esse processo.

Entre em contato conosco na Gerencial e transforme a reforma tributária em oportunidade de crescimento e segurança para a sua empresa!

Perguntas frequentes sobre reforma tributária e Simples Nacional

O que muda no Simples Nacional com a reforma?

O Simples Nacional será mantido, porém haverá um regime híbrido para as operações com outras empresas: parte dos tributos continuará unificada na guia única, mas CBS e IBS precisarão ser destacados nas notas fiscais para gerar créditos fiscais para os clientes que não estão no Simples. Assim, será necessário adaptar controles fiscais, separar operações e emitir documentos em conformidade com a nova legislação.

Quais impostos do Simples Nacional vão mudar?

Os tributos federais, estaduais e municipais agregados no Simples Nacional, como PIS, Cofins, ICMS e ISS, serão substituídos gradualmente por CBS e IBS, que formam o IVA dual da reforma. No entanto, ainda existe discussão sobre exceções e detalhes de implementação para segmentos muito específicos.

Como a reforma afeta micro e pequenas empresas?

Para micro e pequenas empresas, o principal impacto será a necessidade de separar, em suas operações, a parte da receita que gera créditos fiscais para clientes em outros regimes. Isso implica atualização nos processos internos, especialmente para quem atua no mercado B2B. Além disso, poderão aproveitar melhor o fluxo de caixa com o fim da substituição tributária em vários setores.

Vale a pena permanecer no Simples Nacional após a reforma?

A decisão depende da análise individual de cada empresa. O regime continuará sendo vantajoso para diversos negócios, mas em segmentos B2B ou com faturamento alto, pode valer a pena reavaliar se Lucro Presumido ou Real trazem mais benefícios. Planejamento tributário personalizado é fundamental nesse momento de transição.

Quando as novas regras do Simples entram em vigor?

A implementação será gradual. A previsão inicial é para início em 2027, com períodos de transição em que as empresas poderão adaptar sistemas e rotinas. Porém, é fundamental acompanhar a publicação das leis complementares, que detalharão prazos e procedimentos.

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